sexta-feira, 22 de abril de 2011
Gustavo Fruet, pré-candidato à prefeitura de Curitiba
“Chegou a minha vez”
Publicado em 22/04/2011 | KARLOS KOHLBACH - Gazeta do Povo
O discurso de Gustavo Fruet sobre a eleição para a prefeitura de Curitiba em 2012 tem sido sempre pautado pela cautela. Ele tem evitado pressionar o PSDB sobre uma definição em torno da possibilidade de lançá-lo como candidato. Mas ao mesmo tempo tem dito aos quatro cantos que vai disputar o cargo independentemente do partido.
Seremos Breves: os jornalistas Rogério Galindo e Ricardo Medeiros comentam a pré-candidatura de Fruet
Convites das mais diversas legendas, com linhas ideológicas conflitantes, têm aparecido. Até mesmo o DEM, partido da base aliada do governo Beto Richa, abriu as portas para Fruet. Mas o desejo de disputar a prefeitura de Curitiba pelo PSDB faz com que ele espere uma definição oficial da cúpula tucana. Ele tem até setembro para definir sua situação partidária.
Nos bastidores alguns tucanos dão como certo o apoio à reeleição do prefeito Luciano Ducci (PSB) e a consequente saída de Fruet do partido. Os indicativos, segundo integrantes da cúpula do PSDB que não querem se identificar, já foram dados. Confira abaixo os principais trechos da entrevista.
O senhor vai disputar a eleição em 2012?
Sim. A minha disposição é total para isso.
Pelo PSDB ou por outro partido?
Olha, meu primeiro pensamento é pelo PSDB. Vamos esgotar as conversas dentro da legenda para definir um projeto do partido sobre a eleição do ano que vem. Esgotada essa conversa e se não for possível disputar o cargo vamos começar a pensar em ir para outro partido. O que estou cobrando é um posicionamento do PSDB sobre uma definição de projeto – independentemente de o meu nome estar à frente disso. O que se vê hoje são partidos sem identidade priorizando projetos pessoais em detrimento dos ideais partidários.
Quais partidos já fizeram o convite para lançá-lo candidato a prefeito de Curitiba em 2012?
É uma boa oportunidade para esclarecer alguns fatos. Tem havido muita especulação em torno disso. É preciso separar o que tem de real e o que é especulação. Esse debate [da disputa para a prefeitura de Curitiba] foi antecipado. Mas já que veio à tona, vamos lá. Conversei sobre a eleição com o PCdoB, algumas lideranças do PMDB e do PV. São partidos que estão passando por discussão interna. Mas eu não procurei ninguém. Conversei sobre os cenários.
E o PDT?
Então... Recebi convites públicos, como o do ex-senador Osmar Dias e do [presidente nacional do PDT, Carlos] Lupi, e do diretório municipal para disputar pelo PDT. Tive uma conversa também com o Ratinho Jr. [presidente estadual do PSC] e com o Rubens Bueno do PPS. Conversei ainda, por telefone, com o [Gilberto] Kassab que me chamou para o PSD. Outro convite público partiu do PR e o DEM se manifestou nesse sentido também. Mas eu não avancei com ninguém porque aguardo o posicionamento do PSDB.
Até quando o senhor está disposto a esperar uma resposta do PSDB?
Até o fim deste primeiro semestre é um prazo razoável, até porque o prazo final para filiação é de um ano antes de eleição. Não quero passar a ideia que estou colocando uma faca no pescoço de ninguém. Mas o partido precisa se definir. Esse debate eleitoral foi antecipado e provocou uma polarização em torno de apenas duas candidaturas. Acho cedo pensar isso. Acho que haverá mais possibilidades.
O senhor...
Veja, as pessoas têm me cobrado nas ruas, dizendo que eu deveria ser mais agressivo para uma definição da minha candidatura. Eu preciso administrar isso tudo. Pedi para ter liberdade para criar o projeto pelo PSDB. No fim do ano passado conversei com o [ex-presidente estadual do PSDB Valdir] Rossoni e com Beto para ver a possibilidade de assumir o diretório municipal. Os dois foram favoráveis, mas a reação de pessoas ligadas à prefeitura fizeram frear essa intenção.
Que pessoas?
Não sei. Seria leviandade falar em nomes.
O governador disse que a intenção é unir o senhor e o prefeito Luciano Ducci. Falou que os dois terão de ceder um pouco. É possível uma aliança?
Não. Olha, já cedi tudo que eu podia ceder. A executiva do PSDB negou minha candidatura em 2010 e depois da desistência de coligação com o Osmar Dias eu aceitei abrir mão do meu projeto de reeleição [para deputado federal] para disputar a eleição majoritária [para o Senado]. O que estou cobrando agora do PSDB é uma definição, porque não dá para ficar na inércia até 2012. Eu quero ir logo para as ruas. Não quero discussões burocráticas internas de partido. Preciso virar essa página o quanto antes. É um processo que desgasta. Acho muita prepotência e arrogância das pessoas que se dizem dirigentes partidários de decidir quem vai disputar uma eleição. É uma discussão maior, que necessariamente tem que passar por todo o partido.
O que deve pesar na decisão de deixar ou não o PSDB?
Deve sair uma pesquisa ainda neste mês. Comecei a conversar com vereadores do PSDB e falei com parte expressiva da bancada estadual e federal e nesse fim de semana provavelmente converso com o Sérgio Guerra. Falei também com o Beto e o Rossoni. Uma hora tem certos sinais que indicam que temos de buscar um novo caminho. E o silêncio por parte do partido será um enorme recado para mim.
O senhor está determinado então a disputar a eleição no ano que vem?
Sem dúvida. Chegou a minha vez.
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