Nerds transformam opiniões e viram os novos 'queridinhos' da sociedade
Laura Brentano e Gustavo Petró
Do G1, em São Paulo
Os nerds não mudaram. O que mudou foi a sociedade. Depois que os esquisitos do colégio se tornaram os homens mais ricos do mundo, ser nerd virou uma escolha, e não uma imposição. “Quando eu estava no colégio, o grupo de nerds era formado por pessoas que haviam sido excluídas de outros grupos. Hoje, as crianças optam por ser nerds”, conta Benjamin Nugent, autor do livro “American Nerd: The Story of my People” ("Nerd Americano: A História do Meu Povo", ainda sem publicação em português), em entrevista ao G1.
O Dia do Orgulho Nerd foi criado em 2006 para celebrar essa transformação. A data escolhida foi 25 de maio em referência à estreia do primeiro filme da série Guerra nas Estrelas, em 1977, um dos ícones do movimento. “Nerd é uma identidade subcultural que os jovens escolhem em uma prateleira onde também estão os hippies, punks e skatistas”, completa Nugent.
“O nerd não mudou. Ele continua sendo aquele cara completamente ligado e entendido sobre certos assuntos, como tecnologia e quadrinhos. O que mudou foi a cultural atual, que valoriza isso. Os nerds querem ser nerds e as pessoas querem ter nerds por perto”, explica a especialista em comunicação e cultura Lia Amancio.
Para Nugent, a maior aceitação dos nerds pela sociedade os tornou mais sociáveis. Hoje, eles se sentem mais confortáveis ao serem chamados de nerds, especialmente as meninas. “No momento em que há mais meninas no grupo, isso muda tudo para melhor. Quando eu tinha 14 anos, havia apenas uma menina que saía com a gente. Uma”, conta Nugent.
“É notável o quanto os nerds permanecem os mesmos. O livro ‘Tom Brown's School Days’, escrito em 1857, mostra nerds construindo máquinas em seus quartos e sendo oprimidos por fazerem isso” explica Nugent, citando a obra publicada há mais de 150 anos. “Naquela época, eles não eram chamados de nerds, mas já existiam.”
O termo “nerd” foi citado pela primeira vez no livro “If I Ran the Zoo” (“Se eu Cuidasse do Zoológico”), em 1950, para descrever um bichinho desengonçado, e se tornou popular nos Estados Unidos no início da década de 60.
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