segunda-feira, 2 de maio de 2011
Ministério Público vai investigar “fantasma” no gabinete de Rossoni
Abertura de processo para averiguar o “caso Daru” foi confirmada nesta segunda-feira pelo procurador-geral do MP, Olympio Sá Sotto Maior
02/05/2011 | 16:42 | HELIBERTON CESCA, EUCLIDES LUCAS GARCIA E VITOR GERON
O Ministério Público (MP) do Paraná abriu nesta segunda-feira (2) uma investigação para apurar a denúncia de que Hellena Luiza Valle Daru - mãe de Altair Carlos Daru, ex-diretor administrativo da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) – era funcionária “fantasma” no gabinete do presidente do Legislativo, deputado Valdir Rossoni (PSDB). O caso foi mostrado na última sexta-feira (29) pela Gazeta do Povo com base em uma carta enviada a Receita Federal (RF), em que Hellena admite que nunca esteve na Assembleia e que não recebeu “um centavo” da Casa.
A abertura de um processo para averiguar o “caso Daru” foi confirmada nesta segunda-feira pelo procurador-geral do MP, Olympio Sá Sotto Maior. A informação foi dada logo após a reunião que ele teve com Rossoni. O presidente da Alep foi até a sede do MP na tarde desta segunda-feira entregar documentos referentes ao episódio. “Todos estão sujeitos a investigação do Ministério Público”, afirmou Olympio.
Toda a documentação levada por Rossoni será analisada por procuradores da assessoria de gabinete do procurador-geral, responsável constitucionalmente por investigar o presidente da Assembleia.
Rossoni afirmou que levou os documentos ao MP porque uma investigação da própria Assembleia poderia levantar a suspeita de que os deputados estariam protegendo-o. Apesar disso, o presidente do Legislativo negou qualquer irregularidade e disse que não existe nenhum documento que prove que ele pediu a contratação e a exoneração da funcionária no gabinete dele. Segundo Rossoni, o ato de exoneração de Hellena, por exemplo, não existe. “O único protocolo sobre o caso é de uma passagem aérea do ex-deputado Pedro Ivo (PT)”, declarou.
“Caso Daru”
A suspeita de que Hellena Daru era funcionária fantasma da Assembleia surgiu após a própria idosa enviar uma carta à Receita Federal admitindo que nunca esteve na Alep e que não recebeu nenhum salário da Casa. Mesmo assim, documentos da Receita indicam que ela esteve registrada como funcionária entre janeiro de 2003 e junho de 2005 no gabinete de Rossoni. Ainda segundo o Fisco, a Casa depositou R$ 331,5 mil em salários numa conta do banco Itaú, cujo titular ainda não foi identificado.
Um dos filhos de Hellena, Altair Daru, era funcionário do deputado Rossoni há cerca de 20 anos. Na última quinta-feira (28), ao ser questionado sobre o caso, o presidente da Assembleia demitiu Daru do cargo de diretor administrativo.
Desde semana passada, o diretor-geral do Legislativo, Benoni Manfrin, acumula a função de diretor-administrativo. O substituto de Daru pode ser anunciado nesta semana.
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