quarta-feira, 18 de maio de 2011

Fazenda Rio Grande terá investimento japonês de R$ 565 mi


Graças a incentivos fiscais, fabricante japonesa de pneus vai se instalar em Fazenda Rio Grande e deve começar a produzir em 2013

Publicado em 18/05/2011 | FABIANE ZIOLLA MENEZES

Com incentivos fiscais estaduais já definidos e outros em negociação com o município de Fazenda Rio Grande, a gigante japonesa Sumitomo Rubber Industries, sexta maior produtora mundial do setor, deverá se instalar até julho no Paraná e começar suas operações em 2013. Segundo informações divulgadas pelo departamento de Relações Públicas da empresa, a decisão de instalar uma unidade no Brasil se deu pelo crescimento econômico estável das Américas Central e do Sul e também da indústria automobilística da região.

“A demanda por pneus está se tornando forte também. Ainda que o Brasil seja o maior mercado da região, os altos impostos da importação e os custos com transporte são desvantagens para fábricas estrangeiras de pneus. Por causa disso, a Sumitomo Rubber considera o estabelecimento de uma base de produção no Brasil necessária e decidiu por estabelecer sua primeira subsidiária de produção e venda de pneus no país”, diz o comunicado aberto aos investidores.

O investimento de 28 bilhões de ienes (R$ 565 milhões) será para a construção de uma fábrica de 500 mil metros quadrados que produzirá 15 mil pneus/dia e deve gerar, inicialmente, cerca de 1,2 mil empregos. “Pelo projeto, a intenção é atingir um investimento de R$ 1 bilhão até 2020, criando então cerca de 3 mil postos de trabalho”, adiantou o secretário de Indústria, Comércio e Serviços de Fazenda Rio Grande, Eloi Kuhn. O município prefere manter sigilo sobre o que está sendo negociado com a empresa em termos de área para a construção da fábrica e incentivos fiscais – Imposto Sobre Serviço (ISS) e Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU).

ICMS

Segundo o secretário de Estado da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul (SEIM), Ricardo Barros, os descontos e prazos para pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para a Sumitomo já estão definidos, dentro das possibilidades do programa Paraná Competitivo, lançado em fevereiro deste ano. Pelo programa, a redução do imposto pode ficar entre 10% e 90%, dependendo de cada caso, com prazo de dois a oito anos para pagamento, prorrogável pelo mesmo período.

Para manter o benefício fiscal, que se estende ao ICMS da energia elétrica consumida, as empresas têm de investir até 5% do valor do incentivo em programas de qualificação de trabalhadores. O imposto que incide sobre energia elétrica acompanha a mesma lógica. Além disso, o mesmo benefício poderá ser concedido para o tributo incidente sobre o uso do gás natural.

Repercussão

O diretor da BS Colway, Francisco Simeão, diz estar feliz com a concorrência e que a vinda da Sumitomo para o Brasil era certa, pelo potencial do mercado. Com o fechamento da fábrica paranaense em 2008, a empresa é hoje importadora dos pneus da Maxxis, nona no ranking mundial do setor, com sede em Taiwan. “Estando fora ou aqui, a Sumitomo já é nossa concorrente. Como paranaense, no entanto, devo admitir que fico feliz com a vinda da empresa. E estou empenhado em trazer a Maxxis para cá também”, antecipa. O empresário diz que recebeu de Barros um detalhamento do Paraná Competitivo e está planejando uma viagem para a Ásia para tentar atrair a empresa.

Barros adiantou que o conselho consultivo do Paraná Competitivo, peça que estava faltando para a inclusão oficial de empresas no programa, deve ser formado na semana que vem. Na primeira reunião, uma série de investimentos recém-anunciados já devem ser discutidos.

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