segunda-feira, 16 de maio de 2011

China deve investir US$ 8 bilhões no Brasil em 2011, diz Pimentel


Valor já inclui aporte da Foxconn para montagem do iPhone e iPad no país. Volume de exportações brasileiras para a China deve crescer mais de 20%

16/05/2011 | 18:15 | G1/GLOBO.COM

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse nesta segunda-feira (16) que o volume de investimento chinês no Brasil em 2011 deve chegar a US$ 8 bilhões.

De acordo com o ministro, o valor inclui o aporte da Foxconn para montagem do iPhone e iPad na sua planta de São Paulo. Ele deu a informação após reunião com o ministro do Comércio da China, Chen Deming.

Em abril, durante viagem da presidente Dilma Rousseff à China, o Itamaraty informou que a Foxconn tinha a intenção de investir US$ 12 bilhões no Brasil em até 5 anos para a produção de telas e visores para produtos como computadores, celulares e tablets.

O ministro Deming chefia a delegação chinesa que visita o Brasil para uma rodada de negociações visando novos investimentos. Ele informou que as conversas podem resultar na injeção de US$ 1 bilhão no país.

Segundo Deming, duas novas empresas chinesas vão se instalar no Brasil, entre elas a Sany Heavy Industries, que deve aplicar US$ 200 milhões na produção de máquinas pesadas, como guindastes e escavadeiras, no sul de Minas Gerais. A empresa chega de olho na demanda da Petrobras para exploração do pré-sal.

Pimentel informou ainda que a expectativa do governo é que o volume das exportações brasileiras para a China cresça mais de 20% em 2011. Em 2010, o Brasil enviou à China US$ 30 bilhões em produtos.

Cesta de Moedas

Pimentel afirmou que recebeu apoio explícito de Deming à proposta de Brasil e China darem início imediato às discussões para substituição do dólar por uma cesta de moedas como divisa internacional usada nas transações comerciais.

No início da tarde desta segunda-feira, após reunião no Itamaraty, Deming declarou à imprensa que sua delegação não estava preparada para debater a proposta da cesta de moedas, mas afirmou que ela só deve ser analisada a longo prazo.

A necessidade de imediata discussão da ideia foi colocada em pauta por Pimentel. Segundo o ministro, o Brasil, assim como outros países emergentes, sofrem com a desvalorização do dólar, que prejudica as exportações.

Ao ser questionado se o colega chinês havia sido reticente ao responder sobre a adoção da cesta de moedas, Pimentel negou.

“[Deming] foi reticente com vocês [jornalistas]. Conosco ele foi mais explicito, foi muito franco. Disse que está na hora de construir um novo modelo”, disse Pimentel, apontando que o ministro chinês foi cauteloso na entrevista para que sua posição não fosse interpretada como a do governo chinês.

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