quinta-feira, 19 de abril de 2012

Mulheres ligam muito mais para os maridos que o inverso

(Via OGlobo.com)

Estudo traça panorama de como as relações íntimas mudam ao longo da vida



Um novo estudo sugere que as mulheres ligam mais para os maridos do que para qualquer outra pessoa. A pesquisa analisou dados de ligações de celular e tinha o objetivo de definir como as relações íntimas variam ao longo da vida. Esse panorama muda, no entanto, conforme as filhas dos casais se tornam mais velhas, casam e têm filhos, e os netos se tornam as pessoas mais importantes das vidas das novas avós.
A pesquisa foi publicada na revista "Scientific Reports" e também mostra que os homens ligam para as esposas com mais frequência durante os sete primeiros anos de relacionamento. Depois disso, eles mudam o foco para os amigos. As conclusões são da análise de ligações telefônicas de três milhões de pessoas.
De acordo com o coautor do estudo, professor Robin Dunbar, da Universidade de Oxford, a pesquisa mostra que as ligações para o cônjuge são muito mais importantes para as mulheres do que para os homens.
- Esta é a primeira forte evidência de que as relações românticas são conduzidas pelas mulheres - disse ele à BBC.
Mas os dados mostram que as mulheres começam a trocar a preferência na faixa dos 30 anos, e com cerca de 45, uma mulher de uma geração mais nova se torna "sua nova melhor amiga", explica o professor Dunbar.
- O que parece acontecer é que as mulheres colocam esses homens em segundo na sua lista de melhor amigo, e eles passam a receber ligações com muito menos frequência. A atenção delas então é focada nas filhas no momento em que os netos começam a chegar.
O professor de Oxford também afirma que as descobertas sugerem que as sociedades humanas estão deixando de ser patriarcais e voltando a ser matriarcais. Este tipo de estudo antropológico normalmente é muito difícil de se realziar porque não é fácil para os pesquisadores traçarem uma imagem tão clara das vidas das pessoas.
Mas, ao analisar um banco de dados de telefones celulares extremamente extenso, eles conseguiram enxergar essas mudanças de forma extremamente clara. Eles tiveram acesso a informações como idade e gênero das pessoas que realizaram as ligações, que fizeram, entre si, três bilhões de chamadas e escreveram meio bilhão de mensagens de textos num período de sete meses.
A equipe queria descobrir como a escolha de gênero pelo “melhor amigo”, definida pela frequência das ligações, mudou com o tempo e era diferente entre homens e mulheres.
Eles concluíram que os homens tendem a escolher uma mulher com a mesma idade deles - os pesquisadores acreditam que se tratava de suas namoradas ou esposas - como melhor amiga muito mais tarde na vida que as mulheres, e por um período muito menor. Isso acontece quando eles têm cerca de 30 anos, provavelmente durante o namoro e termina sete anos depois ou um pouco mais.
As mulheres, no entanto, escolhem um homem de idade semelhante para ser seus melhores amigos, e quando estão na faixa dos 20 anos. Isso se mantém por cerca de 15 anos, tempo depois do qual ele é substituído por uma filha.
Os pesquisadores dizem que a vida social de uma mulher é muito mais focada em um único indivíduo. De acordo com Dunbar, os dados sugerem que "na raiz das relações mais importantes estão as que se baseiam entre mulheres e não entre homens".
- As relações entre homens são muito casuais. Elas geralmente funcionam num nível mais alto com um senso político, claro. Mas, no fim do dia, a estrutura da sociedade é conduzida pelas mulheres, que é exatamente o que vemos entre os primatas.
Muitos antropólogos afirmam que a maioria das sociedades humanas é patriarcal, baseados no fato de que na maior parte das comunidades os homens ficam onde nascem enquanto as mulheres se mudam. Mas o professor Dunbar e seus colegas defendem que isso só acontece em sociedades baseadas na agricultura.

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