segunda-feira, 5 de março de 2012

RATINHO JUNIOR TRABALHA PARA CHEGAR AO SEGUNDO TURNO E É CONTRA REELEIÇÃO


"Gostaria de ser um protagonista

da história política no Brasil.

E, de alguma maneira,

ser um instrumento de mudança em nossa sociedade.

Esta é a missão que eu coloco na minha vida",

afirma Ratinho Junior.






DA SÉRIE PRÉ-CANDIDATOS: RATINHO JÚNIOR (PSC)


Aos 31 anos, o deputado federal Ratinho Júnior

é o pré-candidato mais novo

concorrendo à prefeitura de Curitiba.

Ele fala ao Jornal Comunicação um pouco

sobre suas propostas e comenta o costume de se reeleger prefeitos.

O pré-candidato do PSC já foi eleito o

deputado estadual com mais votos na história do Paraná.


Carlos Roberto Massa Júnior,

mais conhecido como Ratinho Júnior,

com 31 anos de idade

é o pré-candidato mais novo

concorrendo à prefeitura de Curitiba.

Formado em Comunicação Social,

hoje ocupa o cargo de deputado federal.

Filho do famoso apresentador Ratinho,

o Júnior conta um pouco sobre

seus projetos para a cidade e

sobre seus planos para o futuro na política

ao Jornal Comunicação:


Jornal Comunicação: Se você pudesse eleger um “carro-chefe” para sua futura gestão, qual seria?
Ratinho Jr.:
 Investir mais em segurança pública. É uma grande bandeira que eu quero levantar. É claro que a prefeitura não pode fazer tudo sozinha, ainda mais em um assunto tão complexo como este, mas eu acredito que não dá mais para prefeitura ficar fugindo da sua responsabilidade. Precisamos buscar mecanismos que deem suporte às várias unidades policias conseguirem trabalhar. Há vários tipos de projetos viáveis e de baixo custo que podem ser um grande auxilio no combate à violência. Curitiba precisa disso.


JC: Alguns pré-candidatos são radicalmente contra a construção do metrô. Para você, os 14 quilômetros propostos podem atenuar o problema no transporte coletivo?
Ratinho Jr.:
 Ele não ajudaria hoje porque o metrô vai demorar 10 anos para ficar completo. Não é possível mais qualquer cidade, não só Curitiba, com mais de um milhão e oitocentos mil habitantes, e três milhões e meio em sua região metropolitana, ficar em cima de apenas um sistema modal. Você tem de criar alternativas para dar suporte ao que nós temos hoje. O metrô não é um projeto que se pensa para solucionar o problema agora, e sim em 2030. É uma obra cara e demorada, mas é uma solução em longo prazo. No curto prazo você tem que procurar investir em melhorias no que temos hoje. Por exemplo, uma saída seria priorizar a tecnologia. Nós ainda usamos aquela planilha da década de 70, na qual o cobrador contabiliza quem entrou, sendo que poderia ter um sistema inteligente de controle nas próprias catracas. O metrô é importante, mas é um serviço estruturante para os outros modais.


JC: Ainda falando sobre mobilidade, o Pedágio Urbano é uma solução para o trânsito?
Ratinho Jr.: 
Ele é uma solução para o trânsito, mas não para o cenário brasileiro. O prefeito que fizer isso pode ser espancado em praça pública (risos). No Brasil, eu não vejo nenhuma cidade hoje que tenha clima político para implantar um projeto dessa natureza. Há alternativas.


JC: Como você pretende desenvolver o diálogo com a comunidade acadêmica e o movimento estudantil?
Ratinho Jr.: 
A primeira coisa que eu quero é estabelecer um contato para impulsionar os grandes cérebros que nós temos nas universidades. O Brasil, lamentavelmente, não incentiva como deveria esse pessoal. Eu quero fazer parceiras com as universidades em Curitiba, no sentindo de procurar pessoas para construir juntas, soluções para a cidade. Nós temos grandes estudantes em todas as áreas que podem, sim, somar muitas ideias para melhorar a gestão da prefeitura. O diálogo é mais do que apenas sugerir um “candidato ideal” para os estudantes, está mais para o lado da parceira.


JC: Você apoia a meia-entrada para estudantes na Copa. Quais outros projetos você tem mais focado para esse público?
Ratinho Jr.: 
Nesse tempo de organização, a gente está construindo um projeto para melhorar toda a cidade em conjunto. Eu acho que a nossa grande proposta para esse segmento é abrir um canal de comunicação com o meio acadêmico. Tudo vai de muito diálogo e ideias colocadas no papel. Nas questões de passagem de ônibus, entre outras reivindicações dos estudantes, tem que ser na base da conversa. Não adianta também eu tentar “cobrir o pé e descobrir a cabeça”, tudo tem que ser feito com responsabilidade. Para mim, o mais importante é estabelecer um elo para buscar soluções para a cidade usando o meio acadêmico.


JC: Você apresenta o programa Direto de Brasília e o Microfone Aberto. Qual é a sua relação com os veículos de comunicação? Você encara isso como uma extensão do seu trabalho político?
Ratinho Jr.: 
O meu vínculo com a comunicação em um modo geral é um vínculo de criação. Eu cresci vendo meu pai nas rádios. Eu faço comunicação por prazer, não para ganhar mídia ou votos. Se você analisar o programa que eu faço na rádio, nem chamado de deputado eu sou, apenas Ratinho Junior. Ali eu sou um comunicador. É algo que me faz bem, se não me fosse prazerosa eu não acordaria às 5 horas da manhã. Claro que isso me ajuda, me faz ter um contato com um número de pessoas que se eu andasse na rua apenas eu não teria. Mas se amanhã eu deixasse de ser deputado ou de ter um cargo público, eu continuaria fazendo os programas. Já o quadro Direto de Brasília acaba sendo também um jeito de eu prestar contas para a população do que eu faço lá em Brasília.


JC: Como você analisa o cenário para as eleições em outubro? Quais são suas chances de vencer?
Ratinho Jr.: 
Eu acho que são tão boas quanto as dos outros candidatos. Vai ser uma eleição difícil, começando pelo atual prefeito que é o mandatário da cidade. O Fruet também tem uma história política grande e você tem o Rafael Greca que tem um grande vínculo com a cidade. A Renata Bueno também vai pegar uma fatia grande de eleitores que admiram o trabalho dela como vereadora. Enfim, vai ser uma eleição com boas chances de vitória para todos. Estou trabalhando para ir para o 2º turno. O time tem força para isso.


JC Curitiba costuma reeleger seus prefeitos. Isso o preocupa?
Ratinho Jr.: 
Não é só Curitiba. Depois que houve a reeleição ficou muito mais fácil para quem já estava no poder retornar para outro mandato. A máquina pública tem uma influência muito grande na sociedade, você tem a sua disposição mecanismos que possibilitam fazer praticamente uma “campanha” diária. A reeleição, a meu ver, é uma injustiça para os concorrentes. Eu acredito que os cargos deveriam ser ocupados durante cinco anos e não reelegíveis. Cria-se um vício de usar a máquina pública nas eleições, já está virando cultural isso. Pode ser que muitas vezes não consiga comprovar esse uso, mas existe. Mas eu acredito que Curitiba esteja passando por um momento diferente. Hoje nós temos um prefeito que veio na sequência do Richa, que tinha muito prestígio na cidade e uma identidade pela gestão que fez. O Ducci vai ter que primeiro superar esse processo, algo que não é tão simples de ser feito. Não estou avaliando se ele conseguiu ou não, mas o fato é que ele tem esse obstáculo. Curitiba nunca teve tantos problemas aflorados – transporte, violência, greve de servidores – o momento é diferente. Eu acho que o ciclo está mudando.


JC: Os “Vigilantes da Democracia” afirmam que você está entre os 10 parlamentes que mais faltaram até dezembro de 2010, e ao mesmo tempo também o coloca como recordista em criações de projetos e proposições. Como isso é possível, estar em dois extremos?
Ratinho Jr.: 
A minha média de presença tem se mantido em 80% atualmente. Teve um ano que minha média baixou para mais ou menos 67%, isso pode ser acompanhado pelo site da Câmara. Eu nunca justifiquei isso por que eu acredito que meus motivos para as faltas não são para abonar. Nesse ano de 2010, eu fiz uma cirurgia de desvio de septo, fiz um curso de gestão em São Paulo e, nesse mesmo ano, minha mãe foi diagnosticada com câncer de mama. Foi um ano muito difícil para todos os filhos e eu concordo que, algumas, vezes eu deixei de cumprir o meu dever para me dedicar mais a minha mãe. O que eu procuro fazer sempre é colocar ideias em prática. Pra mim, a função do deputado é essa, discutir ideias novas e daí saem as soluções. Quando eu converso com alguém que me dá uma boa ideia, eu peço para colocar no papel. Eu acho que a presença não é sinônimo de produtividade. A produtividade está na sua visão, qualidade, na forma como você aproveita esse tempo. Uma coisa não está diretamente ligada à outra. Claro que a presença é muito importante, mas não é algo que vai influenciar diretamente na qualidade do seu mandato.


JC: Você é o pré-candidato mais novo. O que você planeja para sua carreira política futura, onde pretende chegar?
Ratinho Jr.: 
Eu pretendo construir uma carreira política sólida. Estamos conseguindo fazer isso com muita cautela e responsabilidade. Gostaria de ser um protagonista da história política no Brasil. E, de alguma maneira, ser um instrumento de mudança em nossa sociedade. Esta é a missão que eu coloco na minha vida.


(Reportagem de Mariana Ceccon, com edição de Cássia Marocki, veiculada no Jornal Comunicação da UFPR, online, nesta segunda-feira, 1°.03.2012)

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